Para quem ainda não sabe...
Minha saudade já quebrou o pescoço olhando o que não devia. Minha saudade bateu palmas quando não devia. Minha saudade é uma tristeza que me alegra no meio da conversa. Minha saudade já me deixou pedindo carona pra voltar pra casa. Minha saudade já fugiu de mim e voltou envergonhada do viu.
Minha saudade chora mostrando os dentes com um sorriso desmanchado. Minha saudade se vira sem mim para poder viver; eu, vivo depois.
Mas como esquecer o que não sai do coração? Como não sentir?
Minha saudade foi passear com a esperança e voltou com a desilusão na sacola (eu falei, ela não quis me ouvir!). Minha saudade custou caro: custou lágrimas, custou suspiros, custou minutos perdidos, sonhos cancelados, conversas cortadas, beijos extraviados...
Minha saudade acha que é esperta e se esconde embaixo da cama. Minha saudade alça voos bem altos sem sair do chão. Minha saudade tem nome de gente que já morreu e sequer eu conheci. Minha saudade é bicho de estimação. Minha saudade é “quem sabe um dia, de novo”. Minha saudade é um chiclete que ainda não perdeu o gosto doce.
Minha saudade carrega papel e caneta para não deixar o tempo apagar o que todo mundo faz questão de crucificar. Minha saudade coleciona fotos e beijos em uma caixinha de sapatos. Minha saudade é uma criança perdida na multidão. Minha saudade passou a existir antes mesmo de se desprender de você. Minha saudade ninguém conhece. Minha saudade é um prêmio sem vitória, sem final feliz, mas que conforta!
Minha saudade só sabe contar até três. Minha saudade é burra. Minha saudade mudou de endereço sem avisar. Minha saudade aperta sem abraçar e abraça para apertar mais. Minha saudade começa e termina em uma aventura que virou lembrança.
Minha saudade é uma gostosa loucura. Minha saudade é brasa. É um cheiro que não desgruda da pele. Não cessa. É uma contradição. É outro nome que eu dou para um troço chamado amor. Minha saudade é, ainda, uma forma meio torta de dizer “Eu ainda te amo!”.
Leandro Lima