terça-feira, 21 de setembro de 2010

Sinceridade... Tem certeza?

Até onde iremos pela sinceridade? Por qual motivo cobramos tanta sinceridade? Pelo prazer contraditório de se satisfazer de honestidade? 

Ser sincero não abriga mais honestidade; traz a mágoa nas mangas, apenas. Dane-se a consciência! Vou continuar dormindo entre os meus conceitos. E de coração puro. Não falar o que penso não me torna menor.

Perderemos a compostura, perderemos os amigos, perderemos o amor. Perderemos o juízo diante da verdade. Não há verdade que seja absoluta, nem a verdade se suporta, por que nós a suportaríamos? Sinceridade é revirar a casa, deixar de pernas para o ar por causa de um grampo. Vai bagunçar a casa por causa de uma meia velha? Prefiro ir descalço.

Não estamos adaptados para receber a crítica. Dói aos ouvidos. Toda sinceridade vem como um tapa. É um massacre com as palavras: vai doer!

Sinceridade é a violência da honestidade.

Nunca ouvi uma sinceridade contida de desaforo, contida no conforto. Deixa de ser a calmaria. Todas foram fúria, uma tempestade a bagunçar os cabelos e espumar a boca de raiva. Traz saldo, traz cobrança, traz desavença. Veio sempre como uma faca, como um gancho que rasga da boca para o peito. Não consola, esnoba.

Fácil falar em sinceridade, fica difícil para colocá-la em prática e quase impossível voltar com ela pra casa.

Leandro Lima