terça-feira, 3 de agosto de 2010

Tampinha Do Refrigerante



“Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores... Mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos...”
Falar em amizade é fácil. Difícil é ter alguém para contar a palavra. Penso que amores vêm e vão... E alguns se tornam amizade. Escondo um amor na amizade.
Temos os melhores amigos do mundo. Você tem os seus. Eu tenho os meus. E eles são os melhores porque são nossos.
Tenho dois grandes amigos. Dois. Exatamente. Esse é o número do meu conforto: saber que tenho em quem confiar. E confiar mais. Uma confiança em dobro. Uma confiança que transborda. Carrego um carinho imensurável pelo casal.
Um deles faz aniversário dia 4 de agosto e me pediu um texto. Um deles, na verdade, é ela: Sílvia Carolyne. Vou colocar o pescoço em risco, pois ainda não aprendi a escrever sobre coisas boas. Mas vou tentar!
Você percebe que uma amizade se concretiza quando senta em uma mesa para lanchar e começa a lembrar das (muitas) histórias que compartilha. O tempo em que o lanche não chega gera tempo suficiente para relembrar quem passou e quem deixou de passar em nossas vidas. São os detalhes que ninguém conhece que tornam as histórias intrigantes.
Sílvia tem paciência com minha genialidade, talvez seja uma das poucas pessoas que consegue me “levar”. Sílvia sabe dos meus amores, sabe dos meus temores. Rebate minhas manias com destreza. Sabe qual refrigerante pedir, sabe por qual carro sou louco de morrer. Sílvia tem mania de limpeza quando fica nervosa: as mãos falam pela boca, que não para.
Somos generosos nos elogios. Usamos da implicância para demonstrar afeto. Infernizar a vida dela é uma das minhas tarefas favoritas nessa vida. Temos uma admiração mútua. Sílvia tem paciência em acreditar que mereço certas coisas, e uma delas é não acreditar na Fernanda. Sílvia acha meu amor impossível. Sílvia perdeu a fé na humanidade, mas se regenera com um coração puro. A pequena é inquieta. Tinha um sinal que não suportava, no rosto. Sossegou quando tirou o coitado.
Ser amigo é saber a fundo o que o outro gosta e o que deixaria de gostar. É saber mais dos ossos do que da carne. Ser o primeiro a chegar na festa e o último a deixá-la. Ter liberdade para xingar quando preciso. Inventar advérbios de intensidade que só eles saberão. Retrucar a admiração com mais admiração. Puxar o verbo quando for necessário.
Conheço Sílvia há 1 ano e 8 meses e ela não desistiu de mim. Um suspiro pelos ex-amores e lá estava Sílvia para emprestar o ombro. Emprestou o ombro e o seu tempo. Sempre esteve ao meu lado, mesmo à distância... Batemos cabeça com vários outros amigos, mas estávamos sempre lá. Horas ao pé do telefone tentando encontrar uma solução para algo banal. Não importa a solução. O que importa é ter cumplicidade. É rachar a cuca mesmo que não venha a solução.
Nossa amizade cresce a cada dia. Mesmo. Somos leais. Fiéis. Mais do que em qualquer relação amorosa.
Lembro que nos conhecemos em um show de rock e, nesse dia, ganhei uma tampinha de refrigerante. Imagina! Uma amizade nasceu de uma tampinha de refrigerante.
Nossa amizade é isso: nasceu simples e continua firme. Vou sempre lembrar da tampinha de refrigerante. Parabéns pelo seu dia!
Seu amigão,
Noel.