
Dia desses no trabalho, lendo os textos do Fabrício Carpinejar, uma professora me questionou que ela não entendia como as pessoas passavam a se odiar quando terminavam um relacionamento. Parei para refletir. É curioso mesmo. Por que não mais querer ver a pessoa com a qual você passou horas e horas dedicando seu tempo e seus sentimentos? Por que não mais querer saber se aquela pessoa está bem se ela passou tempos te desejando as melhores coisas do mundo? Por que não mais cultivar um sorriso que, provavelmente, foi um dos seus objetivos nessa vida? O ser humano complica o que não é necessário e sofre porque precisa só pra sentir que ainda tem sentimentos. Verdade.
Eu não tenho mais contato com as minhas ex-namoradas, mas não por vontade minha. Infelizmente fui excluído da lista de telefone delas, fui banido de suas vidas. Eu prezaria por noticias delas, pra saber se já alcançaram seus objetivos, seus sonhos. Se conseguiram lidar com os seus medos. É uma questão de respeito e consideração. Afinal de contas, escrevemos uma história em algum momento dessa vida.
Ao final de um relacionamento tendemos a grudar no pensamento somente as coisas ruins que aconteceram e rasgamos todas as coisas boas que conseguimos viver. Pra quê?! Pra odiar o outro? Estupidez, burrice! Tá certo que tudo chega ao fim e, de alguma forma, duas pessoas não podem mais continuar juntas, mas vamos piorar as coisas nos odiando?! Legal, não dá mais, um não quer mais o outro, o outro te traiu, beleza! Isso acontece. Todos têm esse direito. Então pegue suas coisas e vá trilhar outros caminhos (parece fácil, né?). Dói tudo isso, mas nunca vou chegar a odiar uma pessoa que vestiu o meu “eu te amo”. Não dá! É reescrever uma história com caneta vermelhar e riscar o nome que tanto escrevi na hora da aula. Prefiro acatar a ordem de “não dá mais” e repintar meus quadros.
A vida é assim. Somos capazes de amar várias vezes, esse é o grande barato da vida. Claro que, cada um no seu contexto, na sua intensidade, na sua plenitude. Vamos agradecer sempre por as coisas acontecerem e não por acabarem. Tudo o que começa tem que acabar. O bom são as coisas que ficaram no meio. Aqueles momentinhos de ternura na praça ao sequestrar um olhar pra si. Aqueles momentinhos de ternura ao tocar os braços cinema. Não perca tempo tentando esquecer alguém. É impossível! Perca tempo amando as pessoas, é mais seguro, saudável, e uma hora você terá retorno . Porque a questão não é “se”, mas “quando”. Be ready!
Leandro Lima
Leandro Lima