domingo, 2 de agosto de 2009

Silêncio



Leandro Lima

O silêncio tem me incomodado de forma gritante. Meu silêncio cochicha no pé do ouvido sem se traduzir. Meu silêncio fala e transmite minha inquietação, meu desespero.

Silêncio pode ser uma forma de carinho e complacência. Silêncio pode ser uma forma de não deixar a verdade se apresentar. Silêncio pode significar um passo para o primeiro beijo. Silêncio é quando se tem intimidade suficiente para aguentá-lo por cinco minutos e tudo bem. Silêncio pode ser o ódio instalado e ainda não mostrado. Silêncio pode ser uma insidia à alma quando não domado. Silêncio é saber o momento exato de recomeçar. Silêncio é um conjunto de sentimentos em um momento. O silêncio petrifica se elogiado e se altera se manchado. O silêncio marca o tempo em que se pensa para não falar. O silêncio corta o coração se retirado de si antes da hora. O silêncio não precisa de outra pessoa para acontecer, ele se faz ausente na sua presença. As palavras são as maiores inimigas do silêncio: enquanto elas viajam no pensamento, ele faz morada na vontade de renascer.