Série: Abstrato
Muita coisa mudou. Meus dias já são outros. Serão outros. Daqui em diante. A solidão não mais me completará. Quem conhece as minuciosidades de um relacionamento passa a ser mais: mais amigo, mais paciente, mais ouvido do que boca, aprende a valorizar a paz e o afeto doados. Serei sempre grato.
Todo egoísmo perde a força. O amor vai entrando e se aconchega. Viverá tranquilo na tormenta. Não ligará para o limite do banco. Usará tudo o que puder para não deixar de ser e ser mais. Porque o amor não é a ausência de solidão, é aceitá-la para guardá-la. A solidão se torna esporádica.
Há tempos não rabisco umas palavras em papel. O amor consome, exige força e paciência. Amor não se vive no papel. Se vier no papel, é provável que já tenha virado lembrança, um suvenir. É como espiar de dentro do aquário: perde-se a liberdade. Uma hora se vive o que se escreveu; tudo o que passei horas aspirando. Deus ouve preces, é só orar baixinho. Nenhuma prece é em vão, caso contrário, é desperdício de fé.
Dormir sozinho já não tem mais sentido: a cama vira um mar, dá pra nadar entre os lençóis.
Amo você porque se importa em sacrificar o tédio, mesmo que com uma chatice. Amo pela bagunça que faz na cozinha ao meio-dia. Amo pelo tornado que cria em cima da cama antes de sair de casa: as roupas amontoadas, fazendo festa sem os cabides. Amo por sempre retornar as vasilhas para a bancada quando disse que não minaria mais com os seus cremes e perfumes. Amo por brindar os teus olhos nos meus quando faltam as palavras. Amo por convicção, com ênfase de alma.
Amo pela independência conquistada, pela dependência causada. Amo pela ternura em ter medo de perder tudo, pelo carinho e cuidado que dedica. Amo porque amo o amor que temos. Não preciso de motivos para amar. Amo pelo amor, por necessitar o amor. Amor bom mesmo não é aquele que completa, é o que se basta, o que se serve.
Não preciso de motivos, não preciso explicar, dar recibo, fazer lista para amar. O amor me faz lembrar mais quem sou, mais quem amo. Você me basta.
Todo egoísmo perde a força. O amor vai entrando e se aconchega. Viverá tranquilo na tormenta. Não ligará para o limite do banco. Usará tudo o que puder para não deixar de ser e ser mais. Porque o amor não é a ausência de solidão, é aceitá-la para guardá-la. A solidão se torna esporádica.
Há tempos não rabisco umas palavras em papel. O amor consome, exige força e paciência. Amor não se vive no papel. Se vier no papel, é provável que já tenha virado lembrança, um suvenir. É como espiar de dentro do aquário: perde-se a liberdade. Uma hora se vive o que se escreveu; tudo o que passei horas aspirando. Deus ouve preces, é só orar baixinho. Nenhuma prece é em vão, caso contrário, é desperdício de fé.
Dormir sozinho já não tem mais sentido: a cama vira um mar, dá pra nadar entre os lençóis.
Amo você porque se importa em sacrificar o tédio, mesmo que com uma chatice. Amo pela bagunça que faz na cozinha ao meio-dia. Amo pelo tornado que cria em cima da cama antes de sair de casa: as roupas amontoadas, fazendo festa sem os cabides. Amo por sempre retornar as vasilhas para a bancada quando disse que não minaria mais com os seus cremes e perfumes. Amo por brindar os teus olhos nos meus quando faltam as palavras. Amo por convicção, com ênfase de alma.
Amo pela independência conquistada, pela dependência causada. Amo pela ternura em ter medo de perder tudo, pelo carinho e cuidado que dedica. Amo porque amo o amor que temos. Não preciso de motivos para amar. Amo pelo amor, por necessitar o amor. Amor bom mesmo não é aquele que completa, é o que se basta, o que se serve.
Não preciso de motivos, não preciso explicar, dar recibo, fazer lista para amar. O amor me faz lembrar mais quem sou, mais quem amo. Você me basta.
Leandro Lima
3 comentários:
tão bom te ver escrevendo com um novo lápis! =)
Lindo!
É verdade... Lindo texto... o amor otimista que tanto precisamos. Obrigada. Bjo!
É de deixar qualquer um sem fôlego ao ler um texto desse.
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