sexta-feira, 9 de julho de 2010

Carta


“Essa não é a hora para uma grande mudança. Apenas relaxe, dê um tempo. Respire um pouco. Temos algum tempo até a decisão. Você ainda é jovem, você não tem culpa de toda essa baboseira. Isso é tudo o que você precisa saber. Viver é tão simples que chega a dar medo.
Sentar. Encontrar alguém para amar. É tudo o que queremos.
Olhe para mim. Se quiser casar, tente! Lembre-se que um dia você foi já foi muito importante para alguém. Sei que não é fácil viver nessa agonia, mas um dia alguma coisa muda. Acalme-se. Quando encontrar alguma coisa no caminho, ajeite-se. Planejar já não resolve. Fique à vontade. Pense um pouco. Mas não pense muito, arraste logo o pensamento para fora do corpo.
Pense em tudo que você já conquistou. Em tudo que conquistará. Ainda estarei lá te esperando, pela manhã. Mas não garanto o mesmo para os seus sonhos...
Como conseguir explicar? Quando tento, logo você se vai. Retorna desconfiado, triste pelo que viu. É sempre a mesma história, a mesma história velha.
Agora, poderia sentar e conversar. Ordenaria que parasse o mundo para me ouvir. Minhas histórias são intrigantes, você se identificaria lá pelo meio, não entenderia o começo e desconfiaria do fim. Mas tudo bem! As coisas são assim.
Todas as vezes que chorei, tentando manter o sentimento dentro, foram para te poupar. É difícil, eu sei. Mas fica mais difícil ignorar. Somos apaixonantes. Apaixonáveis.
Só morri em carne, meu espírito continua em ti. Estou ao teu lado. Sempre.
Se você estiver certo, discordo. Se estiver errado, apoio. Você está sempre aqui. É isso que me conforta.
Seu pai,
João Roberto Nobre de Lima"
 Valeu, pai.

3 comentários:

Winny Trindade disse...

Foi lindo isso. Seu pai está certo. Os pais (quase)sempre estão certos.
O meu é assim e vejo que o seu também.

Abraço meu.

Priscila Rôde disse...

Leandro,
que lindo!

Amanda Martins disse...
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