segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Na Estupidez

 

Complementando o texto anterior...
 
Somos burros a ponto de não aceitar a felicidade, de recusá-la ao bater à porta. Por causa do passado, passamos a temer o futuro e o presente é assassinado por nossas decisões desesperadas e infantis. O presente é brutalmente assassinado, sufocado pela ausência de palavras e dilacerado pela falta de fé. Deixamos as oportunidades escaparem por entre os dedos e não abaixamos para pegar. Sentimentos não se pegam do chão. Já não servem mais.
Não sabemos o que queremos. O que queremos é meramente ilustrativo, tipo comercial de venda de carro. Chega a ser uma ofensa, um disparate, uma afronta. É uma decisão prolixa.
Achei que você aceitaria a mão. Até cogitei um romance, algo de outro mundo que nos fizesse esquecer nossas outras histórias de amor para escrever a nossa. É o medo que nos impede de avançar, de pular no mar, de cortar o próximo pedaço, de sorrir pelos olhos, de segurar outra mão, de abraçar a chuva, de molhar os pés, de comprar outro sonho, de se identificar com outra música, de reconhecer o outro em  uma música... É sempre a mesma ladainha! As pessoas nem se preocupam em aparar as pontas desse medo, usam as mesmas frases feitas para fugir da tentativa. Fogem dele com ele. Não se desapegam, não o largam. Ele deveria ser abandonado na primeira esquina sem titubear. É o mesmo medo de estimação, nem trocam de roupa para parecer menos seu. É um chaveirinho, leva-se no bolso. É como carregar um papel velho na carteira e usá-lo para assuar as palavras que não servem para o coração.
A memória tende a carregar na frente o que há de pior do nosso passado. As coisas boas vêm depois, atrás.
Vai, você pode dizer o que você tinha pra dizer. Eu já conheço cada palavrinha do seu texto. Vamos só formalizar o final da conversa. Você segue um roteiro fajuto criado para acalentar a voz. Você se esconde na própria voz para tentar expressar o que não consegue entender. Você mesma não se entende, acha que eu conseguiria? Sim. Eu consegui.
Insistir na conversa é razão, depois da conversa é mendigar. Passei e mendigar a sua atenção.
Aceito você pelo que você é. Destruiria meu próprio coração para não te ver chorar. Certo ou errado é sempre a mesma coisa. Você vai inventar uma história que vou ser obrigado a acreditar para não brigar com a minha esperança e eu vou ter que desfazer a mala para continuar em casa.
Somos opostos, completamente opostos. Opostos se atraem pelo mistério que é não se conhecerem e se distanciam pelo descaramento da diferença, é uma insuficiência de afinidades, falta atração, falta vontade. O desejo morre logo, logo. Rápido para não ter tempo de pedir ajudar. Vira uma incompetência amorosa. O amor é descartado. Podemos ser qualquer coisa, menos amantes. Resta a amizade, que veste o amor com outra roupa. Amizade se torna o amor que não deu certo. É a despromoção do amor.
Não vou tentar conquistar o que não quer ser conquistado.
Leandro Lima.

3 comentários:

Janaina F. disse...

A avidez de suas palavras transparecem que está quase que explodindo. Belas palavras, belos pensamentos, refleti muitas coisas da minha vida através da sua maneira de enxergar os sentimentos...sou sua admiradora! beijo!

Janaina F. disse...

Oi Lê, tenha certeza que passa sim...e espero que logo! Como diz a frase: " This too shall pass". Grande beijo!

Anônimo disse...

e dificil conquistar quem n se deixa conquistar...e desistir, n e uma caracteristica sua....
mas, qnd a guerra é longa, um dia cansa...
pensa q um dia...td pod mudar, inesperadamente...essa é minha esperança!