quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Quando Não Se Ama





Hoje o sol não apareceu. Não deu as caras. Foi impedido de se mostrar e não passou para a sala do dia. Claro, teve quem reclamou! Eu adorei essa ausência. Fez-me bem. Não era só a ausência do sol que me alegrava, era a sua também!
A sua ausência da minha mente. Do coração.
Hoje uma amiga me disse que o amor é quem desiste da gente e que passamos a pensar mais quando deixamos de amar. Ela que me perdoe, mas o amor não desiste da gente: nós o abandonamos por incompetência. Nós, não o amor. O amor não tem nada a ver com isso. Decidimos sem consultá-lo.
O amor pode seguir sem os personagens da história pra recontá-la sozinho e mesmo assim continuará firme. Amar independe do corpo, da carne, da presença. Amor que é amor mesmo segue pintando sorrisos, segue refazendo refrão de música. Amor mesmo só morre por fora, por dentro renasce todo dia recriando esperanças em folhas de papel. Amar - mas amar mesmo - é uma peça que não sai de cartaz.
E pensamos bem menos quando não amamos. Não amar é egoísmo na íntegra. É ir ao cinema e devorar a pipoca sozinho sem se importar em dividir com outra mão. É não ligar para a noite que chega sem rezar as velas do jantar. Não existe o “outro”. O “outro” somos nós mesmos. É não se preocupar em qual presente vou dar no natal meticulosamente escolhido pra alegrar. Não existe alegria. O mundo é preto no branco e só!
Sem amor somos corpos sem destino, qualquer lugar serve pro coração. E com amor qualquer coração se torna um lugar.
Leandro Lima


3 comentários:

michely321@hotmail.com disse...

Coração é lugar certo pra qualquer ser sem destino.
E vc por ser um ser tão incomum,é capaz de identificar as minúcias.
Os pormenores dos sentimentos de outros seres além de vc!

anadessoyweiler disse...

Selo pra ti lá no meu blog Leandro;)
Lindo post!

Maryama* disse...

que triste.