Hoje o sol não apareceu. Não deu as caras. Foi impedido de se mostrar e não passou para a sala do dia. Claro, teve quem reclamou! Eu adorei essa ausência. Fez-me bem. Não era só a ausência do sol que me alegrava, era a sua também!
A sua ausência da minha mente. Do coração.
Hoje uma amiga me disse que o amor é quem desiste da gente e que passamos a pensar mais quando deixamos de amar. Ela que me perdoe, mas o amor não desiste da gente: nós o abandonamos por incompetência. Nós, não o amor. O amor não tem nada a ver com isso. Decidimos sem consultá-lo.
O amor pode seguir sem os personagens da história pra recontá-la sozinho e mesmo assim continuará firme. Amar independe do corpo, da carne, da presença. Amor que é amor mesmo segue pintando sorrisos, segue refazendo refrão de música. Amor mesmo só morre por fora, por dentro renasce todo dia recriando esperanças em folhas de papel. Amar - mas amar mesmo - é uma peça que não sai de cartaz.
E pensamos bem menos quando não amamos. Não amar é egoísmo na íntegra. É ir ao cinema e devorar a pipoca sozinho sem se importar em dividir com outra mão. É não ligar para a noite que chega sem rezar as velas do jantar. Não existe o “outro”. O “outro” somos nós mesmos. É não se preocupar em qual presente vou dar no natal meticulosamente escolhido pra alegrar. Não existe alegria. O mundo é preto no branco e só!
Sem amor somos corpos sem destino, qualquer lugar serve pro coração. E com amor qualquer coração se torna um lugar.
Leandro Lima
3 comentários:
Coração é lugar certo pra qualquer ser sem destino.
E vc por ser um ser tão incomum,é capaz de identificar as minúcias.
Os pormenores dos sentimentos de outros seres além de vc!
Selo pra ti lá no meu blog Leandro;)
Lindo post!
que triste.
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